domingo, 12 de agosto de 2018

Bem-Vindos!

Pensei muito sobre escrever este blogue. Não só pela falta de tempo mas também porque a minha visão sobre a maternidade é livre, sem filtros e não é aquele sonho do unicórnio a saltar por cima do arco-iris num dia de sol. 
Ser mãe é duro. Eu, por exemplo, estou a escrever esta publicação e tenho uma das minhas filhas (gémeas) a gritar porque não lhe apetece ver o filme que coloquei na TV para ter alguns minutos para mim. Mas os gritos são uma coisa boa (há um lado positivo em todas as situações!!). Foram precisamente esses gritos que me levaram a iniciar este blogue. 

Permitam-me que me apresente. O meu nome é Catarina Lopes, tenho 28 anos e sou de Corroios. Sou licenciada em Tradução e tenho três profissões - Tradutora, Professora Helen Doron (pesquisem pessoal) e Mãe. Sou mãe da Sofia e da Alice, com 2 anos e meio, gémeas mas só mesmo no apelido. 

Para quem se está a perguntar, não, elas não são fruto de qualquer tipo de tratamentos de fertilidade (que eu abomino!) e nem eu mesma consigo explicar muito bem como é que isto aconteceu. Sim, temos casos de gémeos na família mas sendo gémeas fraternas (para quem não sabe são os gémeos de bolsas separadas ou, como eu lhes chamo, gémeas "Made in China") a responsabilidade seria minha e dos meus fantásticos ovários. A questão é que os meus ovários sempre estiveram longe de serem fantásticos e ainda deram alguma luta. A nossa postura enquanto casal passou sempre pela adoção, nunca tratamentos de fertilidade. 
Na realidade, nunca achámos que eramos menos felizes por não termos filhos. Tinhamos cães e gatos (ainda temos) que nos deixavam o dia bem preenchido e sempre achámos importante investir na carreira. 

Mas a vida não se explica e hoje somos pais de gémeos. Como é que reagimos quando soubemos? Bem, um misto de choro e riso (algo que muitos de vós também já sentiram) e um bruto susto. Não sabiamos nada do que é ser pai/mãe e tinhamos logo de enfrentar o mais desafiante dos desafios - ter gémeos. 

A minha gravidez foi bastante calma, tendo em conta que tinha duas crianças a crescer dentro de mim. Tive os enjoos normais durante o primeiro trimestre e diabetes gestacional às 30 semanas. Ah, já me esquecia, a porcaria da ciática. Nada que uma boa bola de pilates não resolva. Mantive-me sempre ativa, até mesmo quando me trancaram no hospital às 35 semanas (por suspeita de percentil 2 para a Sofia). Estivemos lá durante 3 semanas e se não fosse ter traduzido um livro durante a minha "estadia", tinha ficado louca. 

Mas lá nasceram as miúdas, às 37 semanas e 3 dias, super saudáveis e rijas, sem ser preciso nem sequer um "cheirinho" de incubadora. Nasceram de cesariana, porque a autora dos gritos acima mencionados sempre foi um "osso duro de roer" e decidiu que, já que era a primeira a nascer, faria uma ótima entrada. A Sofia nasceu sentada, rebentou o seu próprio saco nas mãos da médica e, se seguida, presentou-a com o melhor que um bebé nos pode dar - cocó. 
Depois veio a Alice, sempre com o seu ar calmo e um tanto ou quanto antisocial. A primeira coisa que fez quando me viu foi dar-me uma ternurenta caricia na cara mas mal eu sabia que, na realidade, o que aquela carícia queria dizer era "Mãe, aperta bem o cinto porque a viagem vai ser de loucos". 

A recuperação foi terrível mas vou deixar este assunto para outra publicação. Obrigada por lerem e fiquem atentos a mais artigos sem o "filtro do unicórnio". 

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